VELHO LIVRO QUE RASGOU

Sou apenas ponto de interrogação

na gramática humana distorcida

já fui outrora traço de exclamação

mas tornei-me pingo no termo da vida

Também estou no dicionário: eu ninguém

aquele poeta que o mundo nunca leu

simples escritor jamais lido por alguém

raiz quadrada que o aluno esqueceu

Um livro na estante abandonado

que leitores não quiseram manusear

e desse modo ficou lá, empoeirado

Mas esse ponto, velho livro que rasgou

mera poeira que o vento jogou no mar

quis ser poeta e desprezado escritor

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 20/08/2009
Código do texto: T1764345
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