ÂNFORA

ÂNFORA

CARMO VASCONCELOS

Esvaziada me deixa a tua ausência!

O mundo ao meu redor faz-se um deserto!

Vislumbro-te um oásis se estás perto,

De romã e medronho é tua imanência...

Quando te vais, fontes em mutação

Libertam gotas acres e salgadas;

São lágrimas as águas derramadas

Que de mim brotam em desolação!

Tu penetraste, símil, em minha aura,

Pintando a cor ideal, a que restaura

Os danos incrustados em cegueira...

E a ânfora que eu era, estilhaçada,

Colada ao teu amor foi restaurada,

Voltei, amado meu, a ser inteira!

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02/Setº/2007

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In E-Book "Sonetos Escolhidos II"

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Carmo Vasconcelos
Enviado por Carmo Vasconcelos em 04/09/2009
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