Amor

Ah! Por quantas noites se foram

Lágrimas pelas sarjetas dançando

As miúdas fotografias amarelando

E nas luzes dos postes se douram;

As madrugadas em mim se lançam

E as putas ainda se beijam cantando

O que não ouço durante esse pranto

Meu choro, quantos versos o louvam?

Por que não foste tu naquela tarde

Arrebentou-me o peito essa saudade

E como hei de ficar nessa rua deserta?

E como se foi por aí tal lúdica felicidade

Por bordéis de noite pedinte de piedade

E eu me ouço andar nessa vida incerta.

Valdemar Neto
Enviado por Valdemar Neto em 06/09/2009
Código do texto: T1795251
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