QUEM FAZ TOMA
“Epaminondas” era um cachorrinho
Vira-lata, vivendo a bom regalo.
O seu dono, uma vez — um ser mesquinho —,
Deu-lhe forte veneno pra matá-lo
E saiu para o bar, em desalinho.
Depois... voltou ao lar e num estalo,
Encharcado de tanto e tanto vinho,
Bebendo mais do litro, no gargalo,
E viu, no chão, o copo de veneno:
Sorveu-o num só trago, sem pensar.
Morreu rapidamente, sem aceno.
“Epaminondas”, sóbrio, cão vulgar,
Não havia bebido o “fel terreno”...
Lambia agora o morto... sem parar!