Ser Liberto

Cuspo a face suja como o pó da terra

Que o vento leva, distante, ao infinito

E trás de volta as marcas do conflito

Que a afável lembrança tão logo enterra.

O que a vida, declive, com seu ferro ferra

O que de tudo, a todos, há muito omito

Em meu lugar, no espaço, está escrito

O que sempre um dia alguém desterra.

E me mata o ódio, a dor e o sofrimento

Se vejo meu amar, fito num de repente

O lasco se enfiar em meu tormento

E me lascar me vou como serpente

Já me resta pena de mim, de minha mente

Que adormece a sofrer por livramento.

Hilton Luzz
Enviado por Hilton Luzz em 27/09/2009
Código do texto: T1835079
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