SAUDADE
Que silêncio! Que noite escura e fria!
O sereno que cai! Um grito agudo
Das entranhas da noite! Que agonia!
O pranto desce amortalhando tudo!
Chora meu coração! Da extrema orgia,
Que restou de um passado de veludo
Nos castelos de louca fantasia?
—Fiapos de um amor servil e mudo!
Da boêmia entrego todos os brasões:
As medalhas, coroas e troféus...
São glórias de pequenas dimensões!
Mas... a saudade, envolta em tristes véus,
Essa sim — no escaninho das paixões —
Irá comigo aos tribunais dos Céus