SAUDADE

Que silêncio! Que noite escura e fria!

O sereno que cai! Um grito agudo

Das entranhas da noite! Que agonia!

O pranto desce amortalhando tudo!

Chora meu coração! Da extrema orgia,

Que restou de um passado de veludo

Nos castelos de louca fantasia?

—Fiapos de um amor servil e mudo!

Da boêmia entrego todos os brasões:

As medalhas, coroas e troféus...

São glórias de pequenas dimensões!

Mas... a saudade, envolta em tristes véus,

Essa sim — no escaninho das paixões —

Irá comigo aos tribunais dos Céus

Lucan
Enviado por Lucan em 28/06/2006
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