Flor decadente

Vós que já fostes cheia de plenitude,

Por que escolheu jazer no meu jardim?

Oh flor formosa, aroma de jasmim

Por que jogar ao vento tua virtude?

Por que virastes poço amargo e rude?

E meu fado é provar do mesmo fim!

Ao morrer arrancastes cru de mim

Um sentir prematuro que não pude

Lapidar... Num pedaço incompleto

Hoje fulgura neste em vão soneto,

Pois sobrou-me apenas da paixão

O amargor da lembrança da inclemência

De quem exalara o fragor da inocência,

Que agora apenas orna meu caixão

Carlos Barbosa, 29 de setembro de 2009

Joselito de Souza Bertoglio
Enviado por Joselito de Souza Bertoglio em 29/09/2009
Código do texto: T1838976
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