SHAKESPEARIANA

Ofélia, pura e em silêncio adormecia,

O corpo rasgado no escuro lago

Lembra o poema e a linha fria

Que está entre a névoa e o dia claro.

Ela, inerte agora, tampouco suspira.

É umidade apenas, simples vazio.

Um rabisco de verso, monotonia.

Cujos braços suscitam mais frio.

O lago, túmulo singelo e nobre,

Expia pensamento e coração

Transborda-os em águas claras

Ao fim do soneto o que o cobre:

A penumbra da floresta... Sonho vão

Ofélia perdida entre as palavras.

CAMPISTA CABRAL
Enviado por CAMPISTA CABRAL em 02/10/2009
Código do texto: T1843475
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