O ÉBRIO
Vi, na espelunca onde a bebida entorna,
Enquanto o sol morria, majestoso,
Como um monarca na habitual madorna,
Cobrindo a terra de carinho e gozo...
Vi o ébrio estático, na triste jorna,
No balcão encostado indecoroso!
Ao longe o som do malho na bigorna
E o canto triste do peão saudoso!
No rosto do ébrio, vi correr o pranto
E pareceu-me ver — cordeiro e santo —
Em vez de um ébrio, um infeliz qualquer.
Cheguei mais perto e vi que ele chorava
Tendo nas mãos — no embalo da alma escrava —
Uma foto esmaecida de mulher!!!