A NOITE

Ao longe, o som do malho na bigorna

E o canto triste do peão saudoso!

No horizonte longínquo o sol adorna

De rubro o céu no ocaso, silencioso!

O dia vai dizendo adeus, partindo.

A bruma desce triste como o açoite.

Toda a esperança — qual um sonho lindo –

É sepultada no caixão da noite!

Depois... até que o galo acorde a aurora,

Ai! Quanta gente desprezada chora

Presa nos labirintos da ilusão!

Mas... às vezes, a noite — fada rica! —

Traz-nos o amor, benévola e pudica,

Envolto numa colcha de paixão!

Lucan
Enviado por Lucan em 01/07/2006
Código do texto: T185714