Coágulo Virando Soneto

Escrevo nas páginas úmidas de um livro

E a minha tinta é o sangue mais vermelho

Gosto de escrever pelos momentos que vivo

E contemplo o coágulo secando no relho

Os meus patrimônios são grãos de farinha

Costumo escrever mais do que costumo falar

E a minha voz é aquela que gela tua espinha

A voz que te chamará para em paz, descansar.

Em lúcidos sonhos, entrei como um alcatraz.

Descolava as costelas corroídas de Adão,

Para uma bagatela que me suga a paz.

Assim por diante, me desfiz do resto fútil

Morri pela fadiga e escrevi um livro a sangue.

Morri pela fadiga e escrevi um poema inútil.

Matheus Mendes
Enviado por Matheus Mendes em 14/10/2009
Código do texto: T1865165
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