À MULHER QUE ERROU UM DIA

Ó multidão que assim caminha desvairada

Cobrando penas à mulher que errou um dia,

Acalma a tua sanha! Deixa essa coitada

Que já pagou bem caro a sua teimosia!

Pela fraqueza de mulher apaixonada,

Não ouviu os conselhos de quem percebia

Que estava prestes se ultrajar no pó da estrada

Trocando a flor da virgindade pela orgia!

Hoje ela sofre os rituais da dor moral!

Teme o futuro e o amor! Que lhe resta afinal?

—A esperança desfeita.... as cinzas da ilusão!

Mas, só os que nunca erraram uma única vez

Em toda a sua vida podem, com rudez,

Atirar-lhe as pedradas da condenação!

Lucan
Enviado por Lucan em 03/07/2006
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