À MULHER QUE ERROU UM DIA
Ó multidão que assim caminha desvairada
Cobrando penas à mulher que errou um dia,
Acalma a tua sanha! Deixa essa coitada
Que já pagou bem caro a sua teimosia!
Pela fraqueza de mulher apaixonada,
Não ouviu os conselhos de quem percebia
Que estava prestes se ultrajar no pó da estrada
Trocando a flor da virgindade pela orgia!
Hoje ela sofre os rituais da dor moral!
Teme o futuro e o amor! Que lhe resta afinal?
—A esperança desfeita.... as cinzas da ilusão!
Mas, só os que nunca erraram uma única vez
Em toda a sua vida podem, com rudez,
Atirar-lhe as pedradas da condenação!