NAS SOMBRAS DE MIM
O sol despencou no aclive do breu
Não há luz no apogeu de meu cais
Nem há som no eclodir de meus ais
Os sais venceram, o mar escureceu
É tudo abissal nas sombras de mim
E, nas abscissas entre as ondas, eu
Estática nau que no mar se perdeu
No meio de um desconhecido fim
Faz-se breu no vazio da lua cheia
A se derramar nos lençóis d’água
Que sangram no interior das veias
E desce, inundando o seio da alma
Onde a escuridão se constitui teia
Feitas de fios de nuvens, na alva
Ivone Alves SOL