PEDAÇOS
Meus pedaços ruem dentro de mim,
Como balbúrdia de cacos em seixos.
A se espalharem e a produzirem efeitos
- Tumultos de tempestade, tempo ruim.
Eles arranham o cerne e sinto na pele.
Minha alma vomita pra não mastigar,
Os pedaços que estão a me engasgar
- Sabores agros que os olhos expelem
Envolta aos nacos que ainda restam,
Minha mente – com as mãos atadas.
Os pés que a levaria, neles tropeçam.
Peças de meu todo dispersas de mim...
- Às vezes ouso a montá-las em palavras,
Para postergar o presságio de um fim.
Ivone Alves SOL