Não cultivo a língua em pormenores

Não cultivo a língua em pormenores

Não cultivo a língua em pormenores

nas vírgulas e acentos graves

mas não são dela donos, os senhores

que aos meus versos põem entraves.

a vagar estão qual rapinas aves

em busca de carnicentos odores

e qual Pilatos que nas águas lavem

a boca dos comentos zombadores.

se prevalecer a força, morre o diálogo

e sendo o verso metafórico e análogo

se postará de forma sempre enfática,

mas jamais, em nenhum momento,

haverá de se sobrepor ao sentimento

ou ao meu lirismo a matemática.

Poeta Fernandes
Enviado por Poeta Fernandes em 05/07/2006
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