DO MAR E DE NÓS * Do túmulo...
Na tumba, dormem fastos e pesares.
Aqui me chegam, vagos, os rumores
das gentes que, de aquém e de além mares,
nos arcos-íris pintam novas cores.
São tempos novos, de que nada sei.
São tempos de diverso desafio.
Dos desafios grandes que enfrentei,
memória no meu túmulo sombrio.
Que importa o que se diz de mim, agora?
Que palmas ou que vis aleivosias
importam no sem tempo que em mim mora?
No nada destas noites, destes dias,
Que importa o breu ou êxtases de aurora,
ou gritos do gajeiro e dos vigias?
José-Augusto de Carvalho
23/X/2009
Viana * Évora * Portugal