DO MAR E DE NÓS * Do túmulo...

Na tumba, dormem fastos e pesares.

Aqui me chegam, vagos, os rumores

das gentes que, de aquém e de além mares,

nos arcos-íris pintam novas cores.

São tempos novos, de que nada sei.

São tempos de diverso desafio.

Dos desafios grandes que enfrentei,

memória no meu túmulo sombrio.

Que importa o que se diz de mim, agora?

Que palmas ou que vis aleivosias

importam no sem tempo que em mim mora?

No nada destas noites, destes dias,

Que importa o breu ou êxtases de aurora,

ou gritos do gajeiro e dos vigias?

José-Augusto de Carvalho

23/X/2009

Viana * Évora * Portugal

José Augusto de Carvalho
Enviado por José Augusto de Carvalho em 25/10/2009
Reeditado em 30/12/2018
Código do texto: T1886864
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