Revisitado II

Não eram para mim essas flores mortas

Não eram - apenas o dia as merece

Finalmente, me tenha aqui, na prece

Por qualquer lágrima doída de rosas;

O céu azul aguarda com suas portas

Não eram - apenas a alma se percebe

E, no entanto, se tu ainda soubesses

Visitaria-me no âmbito dessas rotas;

Amargo, doce veneno de minha morte

Ácido que corrói as dores de sorte

Enquanto me corro de qualquer medo;

Queimo, subo aos céus de vertigens

E deixo-me alma a ver as paisagens

Solitário, rondando qualquer desejo.

Valdemar Neto
Enviado por Valdemar Neto em 25/10/2009
Código do texto: T1886998
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.