Soneto de amor prematuro

Por que no vento vão fostes embora?

Mal chegara em nuvem de brandura,

Encheu-me de deleite e de ventura,

Um amor... Uma chama... Me devora!

Fostes minha luz! Minha terna aurora!

Orvalho matinal, sutil bravura!

Ó hirto seio honroso! Transfigura

No pôr-do-sol domando apraz flora!

Quanto tão de repente rompe o céu

Flamejando tua pudica luxuria

Que nos despe num ávido enleio!

Sim! Dê-me toda vida do teu seio!

Dê-me casto calor do honroso véu!

No teu vale virgem tão cheio de fúria!

Joselito de Souza Bertoglio
Enviado por Joselito de Souza Bertoglio em 29/10/2009
Código do texto: T1894685
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