Soneto Inconsolável

Abres a minha porta como se fosse dono.

Comes o meu pão e destrói o meu abrigo.

Roubas minha estima, meu único adorno,

Para que eu não possa mais ter um ombro amigo.

Constróis os caminhos de rato em minha consciência

Arranca-me minha raiz e não me deixas respirar

Julga-me, explora-me, aniquila-me e assim será!

Apenas tape a minha boca e me deixe implorar.

Fazes o meu caminho parecer um perpétuo sofrimento.

Fazes-me escarrar pelas lágrimas que por ti, eu engulo

E faz o resto da minha esperança ser um sentimento nulo.

E do altar eu te perdôo como se eu fosse um Messias.

Passo-te a utopia de reencontrar um rumo inacabável

E nunca mais te verei, depressão inconsolável!

Matheus Mendes
Enviado por Matheus Mendes em 30/10/2009
Código do texto: T1895274
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