NOITE DOS MASCARADOS

Ao que mia o gato, cega miopia,

só enxerga arlequina no telhado

se vicia a poção da alquimia

eutimia é o absinto do pecado.

céu sem lua é pura fantasia

na esquina da rua, lado a_lado

o cheiro da arlequina o extasia

faz o gato miar o seu miado.

ela é bruxa sim, e sem vassoura

pensou, teria sido encantado

a noite era morena, ela loura.

o gato já não vive desolado

lua-cheia prateia, e ela doura

os sonhos que sonhei sem ter sonhado.

Marco Bastos.

--- Em ecos_da_poesia@yahoogrupos.com.br, "Priscila" <cill@...> escreveu

Artimanha de bruxa

na manha a bruxinha se chega

disfarçada de arlequina

rompe a madrugada e não sossega

travessa como é, essa menina

prepara poção de sortilégio

enredando sua vitima sem piedade

encanta como se fosse um privilégio

ser alvo de atenção desta deidade

assim atua pela noite a feiticeira

rompendo a dimensão do compreensível

iludindo entre a sombra da cegueira

até que por fim, explode a luz do dia

a vassoura voa livre e ligeira

espalhando estranha eutimia...

Priscila L. Coelho

halloween

a noite que ensimesma causa medo

más, nem todas as noites são assim

lua nada apagada, sem albedo

branco disco, anel, um mar marfim.

uma estrela, um cisco, desde cedo

molha o céu em um canto do cetim

ariscos vagalumes no arvoredo

dançam dança estranha, luz carmim.

agora em mim a noite é um abismo

dois gélidos fantasmas giz eu vi

no céu do meu pincel...só plasma sismo!.

Vi lua numa lua de Dali.

Van Gogh riu estrelas vandalismo

- no Sol amanhecendo amanheci.

Marco Bastos