Fim do homem
Atordoado pela embriaguez do pensamento,
Cambaleio por entre nuvens, num vôo errante.
Vozes celestes que chegam à mim neste momento
Falam-me dos mistérios que vejo lá distante.
Meu corpo febril e gélido segue para o esquecimento,
Como a ânsia do amor na busca louca da amante.
Contemplo mundos, que não mais pertence a esse tempo,
Vidas que se perdem e em letargo seguem adiante.
Madrugada sombria! na escuridão meus olhos fitam:
Almas incertas, calmas ondas que os ventos agitam,
Seres alados que se encontram, à procura de abrigo.
A luz, as flores, lembranças, agora o tudo é nada.
Lúgubre momento; medito a batalha já traçada...
E em êxtase, espasmos, tento voltar e não consigo.