Soneto de amor como tristeza

Aí, coração, quem te predestinou assim...

...a morrer de amor, miserável, todo dia?

Acaso foste o mal que fizeste – pobre de mim! -

em uma vida que ainda não tinha?

Porque Amor de ti não se apiedas?

E sinto, a cada um, dor maior...

Porque a vida, assim tão triste, não se encerra?

Que rebenta o peito, cada vez pior...

Ai coração, indócil desgraçado, para de sangrar

Que não enxergo mais na vida a beleza

Põe fim em tudo! Para agora de chorar!

Porque se rei, amor não é da realeza

Já sinto que amor não quero mais provar

A cada novo amor, nova tristeza!

dhália
Enviado por dhália em 12/07/2006
Código do texto: T192231