Soneto de amor como tristeza
Aí, coração, quem te predestinou assim...
...a morrer de amor, miserável, todo dia?
Acaso foste o mal que fizeste – pobre de mim! -
em uma vida que ainda não tinha?
Porque Amor de ti não se apiedas?
E sinto, a cada um, dor maior...
Porque a vida, assim tão triste, não se encerra?
Que rebenta o peito, cada vez pior...
Ai coração, indócil desgraçado, para de sangrar
Que não enxergo mais na vida a beleza
Põe fim em tudo! Para agora de chorar!
Porque se rei, amor não é da realeza
Já sinto que amor não quero mais provar
A cada novo amor, nova tristeza!