O Baluarte

Perdido, trêmulo e infeliz lá estava na pedra fria

O baluarte dos humilhados, filho da sangria

Ao redor, corpos fétidos, estraçalhados pela aflição

um gotejar de água suja, sopro da alienação

Tudo mal iluminado, gritos de agonia

Algumas mãos cálidas, raquíticas, uma elegia

Sombras ilusórias projetadas no chão

Gemem, sentem medo do abandono, da solidão

Sem humanidade, sem piedade

Ergue-se o baluarte, ansioso pela angústia

Sedento pela miséria alheia, tudo à sua vontade

Ninguém o vê, ninguém lhe faz canção

Enquanto sopram seu desespero

Seus passos lentos anunciam a degeneração.