Florença

Em Julho de 2009, a la Città Vecchia

Tuas ruas têm mais pedras que pessoas.

No fundo, nem tens ruas: tens vagares.

Teu passado não passa, enquanto ecoas

artes, espíritos, versos e lares.

Quem caminha em teu cerne come Histórias,

come homens, esculturas, sangue e sal,

come as décadas, és poema canibal,

estátuas aristocratas e escórias.

Florença, a cidade maior que o mundo:

cada milênio é a palma de um segundo.

Caminho sobre as águas florentinas:

carvoeiros, mármores, mãos, oficinas.

Teu Sol é a tinta escarlate, o pincel,

lacrimeja no Arcanjo Gabriel.