Desastre

Escrevo este soneto tempestade,
pesado como chuva de verão.
Em gotas, caem fortes, pelo chão,
palavras proferidas com vontade

de escorrer como a água, quando invade
e leva tudo em forte aluvião.
Depois, do que sobrou, a liberdade
de escolha, entre os escombros, pois dirão

que a lua sempre brilha após a chuva...
Assim, qualquer poema vale a pena,
ainda que não fale que bobagem.

A rima segue à toa e sem vantagem,
desgosto que acompanha a cantilena,
embora já não pense no que devo.



nilzaazzi.blogspot.com.br