Fim de tarde

Flor nesta bela tarde de sol pleno

Na alma tenho profundo e temeroso

Abismo só esperando generoso

Toque para rumar ao vão sereno...

Nos braços, torpor tórrido do aceno

Carregava um sorrir tão desgostoso

Quem só quis ter um futuro grandioso

Somente almeja o plácido veneno

Quem já não mais encontra apraz brandura

Neta vida, e vê passar num momento

Sem virtude inerente em vã loucura

E este amor luzirá no esquecimento

Eterno de quem morre sem bravura

Sem conhecer seu gosto ou seu alento...

Joselito de Souza Bertoglio
Enviado por Joselito de Souza Bertoglio em 03/12/2009
Código do texto: T1959045
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