VERÔNICA

As minhas mãos afagam a tua face
E eu sinto os lábios teus entre os meus dedos
Na inquietude a beijar-me e ousar sem medos
O amor no coração que d’alma nasce.

O espírito e o corpo num enlace
Já não são partes, mas todo um segredo
Entrelaçado em sonhos, no arvoredo
Da vida em rosa e espinho a quedar-se.

Assim, por mais que a lágrima disfarce
A emoção, a dor e a felicidade
Convivem em nós de tal maneira harmônica

Que se tudo isso se nos ocultasse
No corpo a razão, n’alma a insanidade
Eu imitaria a Cristo, e tu, Verônica.


PS.
Pensei dar o título " Como Cristo e Verônica",
mas seria um sacrilégio motivar insinuações a um romance
que não houve. O soneto alude simplesmente ao magnífico gesto de ambos.
Ficou então VERÔNICA, embora este não seja o nome da minha noiva.
Hermílio.
LordHermilioWerther
Enviado por LordHermilioWerther em 04/12/2009
Reeditado em 23/05/2010
Código do texto: T1960568
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