Terror noturno

Quinta feira, meio dia. Acordei daquele sonho

Com o som crepitante de um disco de vinil

Ecoando em meus ouvidos. E eu risonho

Sentia minha cabeça passando em um funil

Quando estarei livre deste terror medonho

Quando cessarei de me sentir tão vazio

Carregarei comigo para sempre, eu suponho

Esta maldição e este incessante calafrio

Revivo minha infância desde o terno berço

Como em um filme em preto e branco

avançando como a oração de um terço

Até que aquele tédio monocromático

Tinge-se de vermelho enquanto envelheço

E quando assisto a minha morte ali, estático

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 10/12/2009
Reeditado em 11/12/2009
Código do texto: T1971057
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