SONHOS, SAUDADE E... JILÓ
Sonhos, saudade e... jiló
Vindo de longe, o menino ouvia aquela canção, bela canção
Que enchia os ares, os sentidos, ouvidos e o seu juvenil coração
Mas o menino não a conhecia, nem de onde vinha sabia,
Era da boca da lavadeira que surrava no riacho a sujeira do dia-a-dia.
Com os pés dentro da água, brincava aquele menino, uma doce criança
Que não sabia direito nada da vida, e nem que ficaria para sempre na lembrança
Aqueles doces momentos pueris, em pleno sol do meio dia, espalhando água,
Catando e contando pedrinhas brancas que faiscavam aos seus olhos infantis
E a canção que ouvia “para o céu voou, comigo deixou, solidão sem fim”
Repentinamente cessa e a dona da voz, saia amarrada aos joelhos
Abandona no riacho a bacia, porque no fogão a panela chia...
E lá de dentro de casa grita para a encantada criança: “hora de comer”
Comida gostosa, cheirosa que nem ela só... e a criança volta a realidade...
Foi a primeira vez que comeu jiló...