Em Tempo

Torpe resguardado no meu ventre

De ventos danados de vil oceano

E devaneios tortos tão aparentes

Quanto a lágrima vadia do pranto;

Inválido e fraco, deus onipotente

De noite mal feita e mero sonho;

Talvez o feto gerado e dormente

Caia em si nas garras dos santos

Esconder-se nas feridas salgadas

Da dormência dessa inútil aurora

De virgens sujas e nunca amadas;

Morrer-se na alma e ir-se embora

Deixar-se em tempo nas fatigadas

Retinas do ser, viver-se no agora;

Valdemar Neto
Enviado por Valdemar Neto em 12/12/2009
Código do texto: T1974657
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