SONETO

É linda, muito linda, doidamente linda!

O sorriso na linda face escancarado

Faz de qualquer um, um demente apaixonado

Que, desprezivo chora e geme, e espera ainda.

Já moribundo, loucamente escaveirado

Tendo a existência atribulada que se finda,

À ingratidão dessa mulher somente brinda...

Não acredita que ela o tenha abandonado.

Ela balança a cabeleira esvoaçante

E espera em seu palácio o novo e belo amante,

Para mostrar-lhe uma poesia licenciosa.

E a vida continua. Acaba a poesia.

Escurece a telinha. Tudo silencia.

E ela, distante, canta e ri... mais poderosa!

Lucan
Enviado por Lucan em 20/07/2006
Código do texto: T198197