SONETO
É linda, muito linda, doidamente linda!
O sorriso na linda face escancarado
Faz de qualquer um, um demente apaixonado
Que, desprezivo chora e geme, e espera ainda.
Já moribundo, loucamente escaveirado
Tendo a existência atribulada que se finda,
À ingratidão dessa mulher somente brinda...
Não acredita que ela o tenha abandonado.
Ela balança a cabeleira esvoaçante
E espera em seu palácio o novo e belo amante,
Para mostrar-lhe uma poesia licenciosa.
E a vida continua. Acaba a poesia.
Escurece a telinha. Tudo silencia.
E ela, distante, canta e ri... mais poderosa!