Letras de sangue

Letras rubras em um copo de uísque quebrado

Assisto o sangue se dissolvendo. Numa ilusão de ótica

formam-se palavras e em uma sinestesia osmótica

posso até ouvi-las sibilando ao meu lado

num impulso irreversível de uma reação química

Levo aos lábios a ponta do meu dedo cortado

Amargou-me a sensação do meu plasma estagnado

De essência inquietantemente cáustica.

Percebi então, que me sinto loucamente faminto

com meu estomago ainda repleto do ultimo jantar

e as veias rotas e de fartas uísque e vinho tinto

E sorri! Eu sei que é difícil de acreditar.

Descobri! Por mais que tente esconder o que sinto

A realidade é que nunca cessarei de sangrar

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 18/12/2009
Reeditado em 18/12/2009
Código do texto: T1983882
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