Vulnera Coris

Sangra pela pele da alma

Em verso, então se torna;

Sai do abismo da incógnita

E na poesia, enfim, salta.

Escorre por esta terra alva

No Beira-rio, vento a sopra

E no céu, teu deus invoca

Ao chão, na lama se lava.

Cai por lágrimas solitárias

Pelas dores suas, unívocas

De retinas vis, incendiárias;

Cai por mortas e lascívas

Imagens de luz, iluminadas:

Sangue e poesias nocivas;

Valdemar Neto
Enviado por Valdemar Neto em 19/12/2009
Código do texto: T1985449
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