EU
Sempre que faço alguma coisa errada
Eu me xingo de estúpido e de burro.
E não reclamo, não respondo nada,
Só fico cabisbaixo e tão casmurro.
Mas, eu me xingo tanto que, atordoada,
Minh´alma explode em forte, impávido urro;
Faz-me ver que não pode ser xingada
E quase me desfere um triste murro.
Não sei... Por que o humanóide xinga tanto
Quando a coisa não é como ele pensa,
Seja embora imbecil ou mesmo um santo?
Ou será que ainda existe a rara crença
De que a gente é infalível, por encanto,
Deixando aos outros... toda a carga imensa?