SONETO
Um vulto de mulher sempre aparece,
Quando os sonhos se tornam pesadelo;
A sorrir levemente, avulta e cresce
E, sem detalhes, o sinto e ainda posso vê-lo!
No jeito de me olhar, emanações de prece
E há cheiro de pecado, em seu cabelo;
Tem as cores do dia que amanhece
E a simetria dos cristais de gelo...
Esta visão que bate à minha porta,
Sem me dizer o que deseja e quer,
Faz reviver uma esperança morta...
Ilusão, fantasia ou realidade,
Existe sempre um vulto de mulher,
Em cada coração onde há saudade!