SONETO

Um vulto de mulher sempre aparece,

Quando os sonhos se tornam pesadelo;

A sorrir levemente, avulta e cresce

E, sem detalhes, o sinto e ainda posso vê-lo!

No jeito de me olhar, emanações de prece

E há cheiro de pecado, em seu cabelo;

Tem as cores do dia que amanhece

E a simetria dos cristais de gelo...

Esta visão que bate à minha porta,

Sem me dizer o que deseja e quer,

Faz reviver uma esperança morta...

Ilusão, fantasia ou realidade,

Existe sempre um vulto de mulher,

Em cada coração onde há saudade!

Marcos Coutinho Loures
Enviado por Marcos Coutinho Loures em 27/07/2006
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