Soneto de tristeza

Se a tristeza agora me alivia

Não a quero que outro mal me acompanha

Venha então a morte, estou a desejar-te

Mulher como és... e tua gentil gadanha!

Não, a tristeza que me habita é outra

é dessa da qual não falam os poetas do amor

A tristeza que me habita é tão somente àquela

da vida que vai... seja a morte qual for!

E não me olhes com estes olhos de medo

Que à morte, bem sei, as costas não viro

Eis, já agora, meu secreto segredo

E me entendas... jaz aqui meu último suspiro

Se já me tocas da morte o frio dedo

Acredito ser a vida muito mais que respiro!

dhália
Enviado por dhália em 28/07/2006
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