Soneto de tristeza
Se a tristeza agora me alivia
Não a quero que outro mal me acompanha
Venha então a morte, estou a desejar-te
Mulher como és... e tua gentil gadanha!
Não, a tristeza que me habita é outra
é dessa da qual não falam os poetas do amor
A tristeza que me habita é tão somente àquela
da vida que vai... seja a morte qual for!
E não me olhes com estes olhos de medo
Que à morte, bem sei, as costas não viro
Eis, já agora, meu secreto segredo
E me entendas... jaz aqui meu último suspiro
Se já me tocas da morte o frio dedo
Acredito ser a vida muito mais que respiro!