Volta do Projeto "QUATRO POETAS - QUATRO SONETOS", uma brilhante idéia do Poeta KNZ em 2009, com Arão Filho, Elen Nunes, Jacó Filho e KNZ, contemplando as MADRUGADAS.

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VERSOS DO NADA
 

 
Já nasce a noite em negro véu,
A deitar-se triste, cá na minha rua;
Há uma estrela que mordisca o céu ,
E outras tantas que imitam a lua... !
 
Nesta passagem de horas mortas,
Chega-me a saudade em fartas luzes;
Parece levar a minh’alma às cruzes,
Por saber que não baterás à porta... !
 
Ah, cresce a madrugada!... Que solidão!...
E eis que chora tanto o meu coração,
A me ver nesta noite tão abandonada... !
 
Parece que a madrugada é uma ilusão!...
Vestindo o breu das dores e, à minha mão,
Ordena versos, que se escrevem do nada...
 
                                         Arão Filho
                                São Luís - MA



   



BENDITAS MADRUGADAS
 
 

Sejam benditas minhas madrugadas,
doces companheiras de quimeras...
Dos tantos anoiteceres de esperas
e insônias sempre, sempre desterradas.
 
Chegam sorrateiras e mansamente...
Vão definindo versos que me embalam.
Palavras que por não dizerem, calam
no vazio de sonhar, embora tente.
 
Oh! Minha madrugada, doce encanto!
Inseparável quando canto a dor...
Enxugas com suavidade meu pranto.
 
Que venhas antes do romper d’aurora!
És confidente dos meus casos d’amor,
choras, escreves versos...Vais embora.
 
                              Elen Nunes
                             Niterói - RJ
 

  


MADRUGADAS
                         


Perdendo-me outra vez a tua procura,
Saí com a lua nova, por muitos bares...
Já não sei, das madrugadas similares,
Quanto teve de paixão ou de loucura...
 
Comecei ouvir e gostar de ‘café Nice’,
Que dominava tal uma febre noturna...
E entre os drinks arranjei nova turma,
Que me acusou de viver uma caretice...
 
Meu intento de resgatar-te da boemia,
Poderia ter sido o meu maior fracasso,
Não houvesse caído em outros braços...
 
Hoje, lembro daquela madrugada fria,
Que te encontrei e morto de embaraço,
Admiti tê-la esquecido, e meu cansaço...

                                Jacó Filho
                              Lorena - SP

 


    


A DOR DA MADRUGADA
 

 
Maldita ausência, corta feito faca,
corpo aberto morre de poesia e dor.
O verso não sara, ferido d’amor
na sombra da cruel solidão, que ataca.
 
A morte é lenta, a resistência é fraca.
Coração estraçalhado, sofredor...
Sangra pelo heróico gladiador,
no silêncio de uma lágrima opaca.
 
A lua cheia revela-se esplendorosa,
ofuscando estrelas na madrugada.
Paixão cruel, desumana, desastrosa!
 
E tua lembrança minha eterna amada,
preenche todos os espaços, monstruosa,
da alma triste que jaz desesperada.
 
                                   KNZ
                            Magé - RJ


Meu eterno agradecimento,por estar entre vocês, grandes e adoráveis Poetas. Meu beijo e afeto a todos.

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Nosso amigo Miguel Jacó vem interagir com seu belo Soneto.Obrigada.


Não bastasse a escuridão do dia opaco,
Onde a mente se transforma em escuridão,
As mentiras enredando as desilusões,
A vontade cada vez mais desprezada...

Acrescentam os poetas as madrugadas,
De angústias e pensares dissonantes,
Deslocados de um viver inebriante,
No conforto de uma lisura fraternal,

Ressacados de lutarem contra o mal,
Arriscaram-se a buscar na noite alento,
Debruçaram-se num paiol de sofrimento.

É sabido da compaixão do criador,
Nem um caso merece ser preterido,
Sendo assim o amor está reconstruído.

                            Miguel Jacó

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A Poeta Petrovana deixa versos para enriquecer a página.Obrigada,amiga, em meu nome e dos parceiros.


Noite adentro o tempo passa e ela vem...
Chega arrogante às vezes fria e esfumaçada
Para dizer aos amantes da noite que ela tem
O segredo do amor e da paixão nela arraigada.

Oh! Madrugada quanto me encantastes
Com a tua calma misto de um orvalhar...
Molhando minha alma e logo me chegastes
Como uma harpa luzente pra noite te dedilhar.

Fazer de ti uma canção, visto que és fonte
De amor, esperança, de valsa e de canção
Inebrias corações companheira de ilusões!

Vem crepúsculo do amanhecer - traz a aurora
Traz contigo os meus versos e a minha prosa,
Porque tu és dos poetas a ida e também a volta!


                                    PETROVANA


Elen Botelho Nunes
Enviado por Elen Botelho Nunes em 04/02/2010
Reeditado em 07/02/2010
Código do texto: T2068618
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