Para Osília
Pelo 14 de julho de 1991 – ao completarmos 30 anos de casados.
Os anos se passaram, como um sonho
E o calendário diz que foram trinta;
E o recordar de um tempo tão risonho,
Alegrias sem fim, faz com eu as sinta!
Quando os olhos nos teus, eu hoje ponho,
E Deus não vai deixar que eu te, aqui, minta,
Renasce no meu peito, já tristonho,
A chama que, do amor, julgava extinta...
Conserva o teu olhar toda a doçura
Que te acompanha, pela vida a fora...
E aquele teu retrato diz-me, agora,
Que estás hoje, mais bela, ardente e pura,
Pois deu-te o tempo, as formas ideais,
E, n’alma, a transparência dos cristais!