SONETO DO DESNECESSÁRIO

Não quero de você nenhuma prova de amor

que o futuro vire chantagem emocional

sempre tão correto e eu assim agindo tão mal

também desprezando o que posso fazer de melhor

como se amar fosse retribuir um favor

acorrentado a vontade alheia e fútil

vitima de cegueira repentina e bem sutil

canalhice perversa em todo seu esplendor

por mais que a ostentação de posse me enoja

a carência afetiva que aumenta demais

provocando uma loteria nas escolhas

deste mundo que com alguém deseja partilha

roupa bastante gasta que não esquenta mais

é essa tua prova que a hipocrisia forja.

SB Sousa
Enviado por SB Sousa em 11/02/2010
Reeditado em 14/02/2010
Código do texto: T2081610
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