Soneto Nobre –

Obs- Num dia de 1957, o poeta Antonio Viçoso Magalhães deixou sobre minha mesa, um verso decassílabo, pedindo que eu continuasse o soneto. A partir desse verso, fiz o segundo e o deixei sobre a mesa dele.

Desta forma, com a alternância de autoria, nasceu mais um soneto a quatro mãos, em que os versos pares são de minha autoria e os ímpares do poeta Antonio Viços Magalhães.

Toda a melancolia que me esmaga

E me recorta o riso constrangido,

Nasceu de um beijo rápido, escondido,

Cujas saudades em mim, não mais se apaga...

Saudade que por ter-me assim ferido,

No meu peito a rolar de fraga em fraga,

Traz ao meu rosto a dor de eterna chaga,

E ao coração, o pranto sem sentido!

Ó tu que ostentas tanta indiferença,

Fingindo não saber dos prantos meus,

Nem conheces a mágoa, funda e densa

Que, em lágrimas, me fez a juventude,

Possas perdão haver, dos Altos Céus

E possas fruir os sonhos que não pude!

Marcos Coutinho Loures
Enviado por Marcos Coutinho Loures em 03/08/2006
Código do texto: T208491