Soneto Nobre –
Obs- Num dia de 1957, o poeta Antonio Viçoso Magalhães deixou sobre minha mesa, um verso decassílabo, pedindo que eu continuasse o soneto. A partir desse verso, fiz o segundo e o deixei sobre a mesa dele.
Desta forma, com a alternância de autoria, nasceu mais um soneto a quatro mãos, em que os versos pares são de minha autoria e os ímpares do poeta Antonio Viços Magalhães.
Toda a melancolia que me esmaga
E me recorta o riso constrangido,
Nasceu de um beijo rápido, escondido,
Cujas saudades em mim, não mais se apaga...
Saudade que por ter-me assim ferido,
No meu peito a rolar de fraga em fraga,
Traz ao meu rosto a dor de eterna chaga,
E ao coração, o pranto sem sentido!
Ó tu que ostentas tanta indiferença,
Fingindo não saber dos prantos meus,
Nem conheces a mágoa, funda e densa
Que, em lágrimas, me fez a juventude,
Possas perdão haver, dos Altos Céus
E possas fruir os sonhos que não pude!