TUA LUZ

A lâmina da tua graça diurna

falqueja sobre a noite mil imagens

que vão enchendo perecível urna

de pecúlios de brilhos e linguagens.

Aclaras este vácuo, o vento, a furna,

os destinos das naus sem equipagens

e vertes a parábola noturna

do alfabeto das últimas folhagens.

Também a mim fulmineamente feres,

e em teu escuro acendes, quando queres,

a condição de iluminar, que é tua:

tornas-me transeunte céu de rio,

traspassado de altura e de teu frio,

teu íntimo fulgor de espada e lua.

Chaplin
Enviado por Chaplin em 18/02/2010
Código do texto: T2092670
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