Meus Olhos

Meus olhos transbordam a saudade

Do amado, errante pelo mundo teu,

E essa dor, lástima; o coração meu

Devora-me solidão com voracidade;

Meus olhos já choram na eternidade

E as lágrimas da falta do amor seu

Cobrem-me a vida com este vil véu

De distância e dolorosa infelicidade;

Ó, meus olhos que aguardam a vinda

De quem amo, onde andará o amado

Por quem tanto já tenho eu chorado?

Ó, meus olhos fitam a tarde que finda

Sem terem tocado n'alma de que amo;

Outra noite em que me deito em pranto.

Valdemar Neto
Enviado por Valdemar Neto em 21/02/2010
Reeditado em 21/02/2010
Código do texto: T2100333
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