Soneto de amor que não vinga
Só as coisas inóspitas me agradam
Somente as impensáveis como o amor
Somente os excessos que me guardam
E este sentimento que nem sei a cor!
Somente o beijo da despedida é doce
Que a sonhar faze-nos por mil vidas
Somente a chegada é mais feliz
Somente há tristeza na partida!
Mas se amor é qual rosa fugidia
De perfume e de espinhos tão contente
E por sentir-me maldita poesia
E por ficar assim, todo de amor doente
É que sofro e choro e morro todo dia
E não vinga amor por mais que o peito tente!