Soneto de amor que não vinga

Só as coisas inóspitas me agradam

Somente as impensáveis como o amor

Somente os excessos que me guardam

E este sentimento que nem sei a cor!

Somente o beijo da despedida é doce

Que a sonhar faze-nos por mil vidas

Somente a chegada é mais feliz

Somente há tristeza na partida!

Mas se amor é qual rosa fugidia

De perfume e de espinhos tão contente

E por sentir-me maldita poesia

E por ficar assim, todo de amor doente

É que sofro e choro e morro todo dia

E não vinga amor por mais que o peito tente!

dhália
Enviado por dhália em 06/08/2006
Código do texto: T210105