PARINDO UM SONETO
 
Participo de um site, onde há desafios poéticos.Adoro um desafio.
Lançaram um desafio: Fazer um soneto inglês.
 
Lá fui eu, logo eu que odeio métrica. Primeiro escrevi  isto:

 
 
AO JUGO E AO DESAMOR

Títeres em movimento, a conduzir história
Manipulando amor sem nenhuma maestria
Sombra sem luz, da vontade tão desconexa
Deixa-se levar pela sua autoridade complexa

O jugo traduz-se numa relação muito indexa
A índice de dominância que nela não se anexa
Cedo ou tarde rompe-se cordel de tal alegoria
Florescendo mulher que naquele corpo dormia

Falta de amor transfigura-se tal qual negro cisne
Que se vê mutilado de suas asas, sem liberdade
Desce noite durante o dia, tingindo a alma de tisne

O vôo livre desenha no coração, contido anseio
Mulher desperta exala pelos poros muita felicidade
Desamor e jugo encerram em si sempre muito receio


 
Denise Severgnini
 
 
Que evoluiu ou reduziu-se  para isto:
 
 
AO JUGO E AO DESAMOR
 
Títeres em movimento, a gerir história
Sombras sem luz, da vontade tão desconexa
Deixam-se levar pela direção complexa
Manejam o amor sem nenhuma maestria
 
Cedo ou tarde rompe-se nó da alegoria
O jugo traduz-se em  relação muito indexa
 Índice de chefia que nela não se anexa
Enflora mulher que naquele ser dormia
 
Desamor camufla-se tal qual negro cisne
Que se vê truncado de asas, sem liberdade
Desce noite ao dia, tingindo a alma de tisne
Mulher decifrada exala felicidade
 
Voo livre rabisca no peito, um anseio
Pois desamor e jugo trazem muito receio
 
 
Denise Severgnini
 
Aqui, eu já tinha perdido toda a minha paciência. Acerta a métrica, erra as sílabas tônicas ou vice-versa.
Mandei tudo ao inferno e pedi SOCORRO ao amigo Marcos Loures.
 
Nasceu este soneto:

 
AO JUGO E AO DESAMOR
 
Títere em movimento gere a história
Sombras sem luz, vontade desconexa
Levas em direção bem mais complexa
Manuseando o amor em luz inglória
 
Alegoria torpe, merencória
O jugo se traduz e tudo indexa
Comando dentro dela não se anexa
A mulher ressurgindo peremptória
 
Desamor camufla-se em vão cisne
Aprisionado e sem libertas asas
Enquanto este sorriso; agora exalas
Minha alma se tingindo num tom tisne
 
O peito se liberta em claro anseio,
Ao largo deste jugo, que receio.
 
 
Denise Severgnini
Marcos Loures
 
PS: Deixo meu nome aqui para ter o gostinho de tê-lo num soneto.
 
Se alguém vir-me-me tentando escrever outro soneto, pode mandar me internar num hospício.