Soneto à Filha

Que tu, minha filha, sejas assim

Sempre uma pessoa inteira

Mas presa a um ser intangível

Que andes no perímetro de mim

E que ainda plena e verdadeira

Fujas da linha do impossível

Sem ouvir os parâmetros do fim

Nem temer a inefável besteira

Que debeles o arco do invisível

E na aventura azul vestida de brim

Faças dos sonhos a arma certeira

Que tu , minha filha, venças assim

Sem receio aos mitos do invencível

Ou ao paredão humano da geleira