Soneto de quem sofre
Devo eu dar graças ao santíssimo
Por ver assim ressurgir do nada
Imundo, mísero, podre de vermes
Um coração que há muito perdido estava?
Ver esse amor ganhar asas
E desse mesmo amor desejar viver
Ver os olhos brilharem e me perdoem todos
Por esse mesmo amor desejar morrer!
Ah, mal que tive em não ser amada
Tristeza de vida minha
Azar do destino... grande cilada
Ver renascer o amor que tinha
Há muito apagado da estrada
Preferia, por medo, viver sozinha!