NAS ASAS DO POEMA
NAS ASAS DO POEMA
Se em meu verso não posso o chão lodoso
Deixar para alcançar o infinito,
Parta ao menos ao céu um rude grito,
Essa arma do meu peito tão queixoso.
Talvez o Ser Supremo, tão bondoso,
Ouvindo o meu gemido muito aflito,
Inspire-me um poema mais bonito
Em que eu possa partir alegre, airoso.
Montado, então, nas asas do poema,
À morada do amor eu chegarei.
À corte da bondade cujo lema
“Amai-vos sem cessar” é nobre lei.
Eu ali, pobre filho de Iracema,
Feliz eternamente, então, serei.