AMOR DE UM ALCOOLISTA





Entre copos, o infortúnio, vou sorvendo
Perturbado pelo tempo que regride
No passado, feito fel, vou desfazendo
As entranhas do meu ser, magoado e triste

Cambaleante, a esquecer que aqui entrei
Convidado por amigos ao ver-me só
Sem querer na mesa tudo derramei:
A minha fala, meu viver, esse meu nó

Feito trapo, meu requinte é degradado
Ante amigos que provaram minha desdita
Gôsto amargo de deixar de ser amado

E assim, de gole em gole, sorvo a dor
Já perdendo a razão, tonteio a vida
Embriagado pelo álcool desse amor
Graciley Vieira Alves
Enviado por Graciley Vieira Alves em 21/04/2010
Reeditado em 23/05/2010
Código do texto: T2211433