LANÇA-PERFUMES

Sou lança perfumes dos velhos carnavais;
Extasiante, provoco em ti doces delírios.
Transformo-te em meu amor e muito mais...
Sorvo teu cheiro, findando meu martírio.

Sou erva proibida plantada às ocultas;
Alastro-me por prados de rincão distante
Rumo ao beijo ardente que me facultas
Em momentos de desejo agonizante.

Invado o núcleo das tuas células-mães
E não me arrependo de invadi-las, não.
Ladro ali dentro como ladram os cães.

Alimento-me delas como se fossem ração
Para suprir minhas carências contidas
De vida flutuante, em eterna levitação.

 
Sandra Fayad Bsb
Enviado por Sandra Fayad Bsb em 20/08/2006
Reeditado em 22/05/2016
Código do texto: T221311
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2006. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.