Singelo

Você que vive no mundo da lua,

No peito somente a imagem dela,

Poemas perdidos no meio da rua,

Do lado de fora de uma janela.

Do lado de dentro, pobre donzela,

Sonhos encantados na frente da sua

Vidraça limpada com uma flanela,

Estremece tremula e quase nua.

Desejos, vontade totalmente Crua,

Fervente como mel numa panela

Querendo que ele entre e sente a pua.

Os Limbos descendo pelas canelas,

Com saliva e carinho ele dilua

Solvendo os flúidos do gozo dela.